Estradas inseguras, baixo policiamento e quadrilhas que atuam como um verdadeiro crime organizado, além de receptadores sem nenhum receio de punição. Esse ainda é, infelizmente, um cenário comum quando se trata da operação logística brasileira. Com grande parte do transporte ocorrendo por malha terrestre, o país traz um retrato de insegurança e preocupação que precisa ser combatido.
Para se ter uma ideia da proporção do problema que o roubo de cargas representa, o Brasil ocupa a sétima posição do ranking realizado pelo Reino Unido com 57 países em todo o mundo. É, portanto, um dos que mais sofre com a insegurança do transporte. Na América do Sul, 90% das ocorrências neste sentido acontecem no país, segundo o BSI Supply Chain Services and Solutions.
E os dados preocupantes não param: só em 2018, de acordo com a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC), os prejuízos com roubos de carga chegaram a mais de R$ 2 bilhões. Foram mais de 22 mil ataques a motoristas registrados no ano.
Com este problema tão evidente, não dá para deixar de avaliar a importância da tecnologia no combate aos ataques e na inibição das receptações. O monitoramento eficiente da frota é um dos grandes pilares para a mudança deste cenário e pode ser uma boa alternativa de apoio a sistemas de gestão de risco.
Ao estar linkado com a central em tempo real, o motorista ganha mais segurança em sua rotina, algo bem diferente do que o dia-a-dia de “estar sozinho na boleia”. Paradas não programadas podem ser identificadas imediatamente através de soluções de monitoramento, facilitando o acionamento das autoridades e a consequente interceptação de quadrilhas. Além disso, é uma forma eficiente de garantir atendimento ao profissional que está em trânsito, caso haja qualquer abordagem criminosa que possa colocar em risco seu bem-estar e sua vida.
Outra questão importante que precisa ser destacada quando falamos em roubo de cargas é que, junto com a gestão de riscos, uma boa ferramenta de roteirização elimina a passagem por vias consideradas perigosas. Uma programação antecipada, levando em consideração o custo-benefício do trajeto e outras informações usadas como métricas pela empresa, como a própria segurança, darão origem a rotas otimizadas. Ganha o motorista, com previsões mais realistas sobre o seu trabalho e mais tranquilidade na estrada e ganha também a empresa, com informações de valor para a redução de perdas.
A logística brasileira ainda tem muito a melhorar para garantir entregas cada vez mais eficientes e segurança às equipes em trânsito.
No entanto, apostar em tecnologia como uma aliada para estas questões é o primeiro passo para a transformação logística, movimento fundamental para o crescimento econômico do país.
Fonte: https://revistamundologistica.com.br